Que sensações esta imagem lhe transmite? A mim, uma impressão de que a magia foi quebrada.
No que se refere ao consumo de bebidas alcóolicas, há empresas que permitem, há empresas que não. Fato é que consumir bebidas alcoólicas enquanto trabalha como guia, especialmente quando é responsável por menores desacompanhados, pode ser um problema grave.
Uma viagem costuma durar em média 15 dias, um período razoavelmente curto para uma pausa nas suas cervejinhas de happy hour ou mesmo para aquela taça de vinho no jantar. Por mais que você conheça seus limites e mesmo que não se afete com o álcool em qualquer quantidade, não há motivos que justifiquem consumi-lo enquanto trabalha.
E comprar bebidas para os passageiros, pode? Jamais, especialmente se forem menores de 21 anos – você estaria agindo contra a lei nos E.U.A. e com isso, estaria sujeito às penalidades, pois não é permitido que menores de 21 anos comprem, consumam ou sequer segurem bebidas alcoólicas.
Sou fumante, como devo proceder?
Campanhas anti-tabagistas à parte, fumar na presença de seus passageiros não é recomendável. Na maioria dos casos, 90% dos passageiros não fumam ou não gostam do cheiro e da fumaça do cigarro. Pode ser ainda que alguns passageiros sejam contra e queiram convencê-lo a parar, assim como pode haver crianças pequenas cujos pais se incomodam.
Como você dificilmente conhecerá a fundo as convicções de seus passageiros, o ideal é manter uma atitude neutra, acendendo seu cigarro apenas em intervalos nos quais esteja distante do grupo ? jamais faça paradas na programação pensando em tais intervalos, e tenha em mente que, onde quer que vá, é preciso identificar as smoking areas, zonas específicas pré-determinadas em parques, shoppings, hotéis e vários outros locais onde é permitido fumar.
Quero sair à noite, posso?
Neste quesito, novamente as empresas diferem entre si. Há aquelas que limitam as atividades dos guias a um determinado período ou a atividades específicas ? uma vez feito o seu trabalho, o tempo livre é seu. Já outras demandam a disponibilidade do profissional em tempo integral, até que o grupo se despeça na chegada ao Brasil, e creio que a maioria seja assim.
Seja qual for a política da empresa que o contratar, tenha em mente que você será visto e observado em tempo integral, mesmo em seus momentos de folga, e que é dessa observação que parte a avaliação quanto ao seu desempenho. Um guia que sai para programas noturnos pessoais pode ser interpretado como descompromissado com o bem estar dos passageiros, já que não estará presente para ajudar em caso de necessidade durante a noite.
Lembre-se também que seu corpo precisa de descanso, e qualquer atividade noturna não programada no roteiro pode sim atrapalhar o dia seguinte. Se já é difícil acordar 100% disposto no ritmo normal da viagem, que é sempre muito corrido e cansativo, imagine como seria sem as suas preciosas horas de sono?!
Seja profissional. Assuntos operacionais não devem ser discutidos em meio aos passageiros, tampouco divididos com eles. Por mais bacanas que seus passageiros sejam, criar vínculos em excesso pode atrapalhar na hora de decidir sobre os detalhes da programação ? além disso, um passageiro próximo demais pode fazer com que outros se sintam de fora.
Reclamações devem ser feitas diretamente para a coordenação/supervisão da empresa, bem como quaisquer desentendimentos dentro da equipe não devem ser expostos abertamente; pelo contrário, deverão ser resolvidos entre si ou levados ao conhecimento da direção ? NUNCA AOS PASSAGEIROS.
Diante de uma falha, não exponha seus colegas com brincadeiras inapropriadas, nem faça o mesmo com seus passageiros. Vale a regra de ouro do ?não faça com os outros o que não gostaria que fizessem com você?. Lembre-se: você representa uma empresa, portanto comporte-se sempre com a melhor conduta ética e profissional.
E se o passageiro me oferecer uma gorjeta?
Às vezes alguns passageiros nos surpreendem com o famoso ?caixinha? e decidem reconhecer nosso bom desempenho nos oferecendo uma quantia em dinheiro. Antecipe-se e pergunte a seus supervisores como proceder em casos assim ? se não houver uma regra, sugiro que recuse… ao menos é o que eu, Luciana, faria. Agradeça gentilmente justificando que já é pago para realizar o seu trabalho, e que sua maior recompensa é ver a satisfação e alegria de todos; atitudes assim demonstram o seu verdadeiro compromisso com a realização dos sonhos de cada passageiro.
Caso o reconhecimento venha em forma de presentes, desde que sejam pequenas lembranças, receba com carinho e retribua a gentileza com ainda mais simpatia e trabalho bem feito.
Por fim, seu material de trabalho é de sua responsabilidade. Mochilas, pochetes, bolsas para aeroporto, placas, bandeiras, crachás, aparelhos de rádio e telefone, ou quaisquer outros itens foram feitos para facilitar a sua vida, e servirão também para facilitar a vida de outros nas temporadas futuras ? isso se você colaborar e devolver tudo em bom estado, certo?
Atenção!
- Bandeiras e placas deverão ser carregadas sempre para cima, de forma que todos possam visualizar.
- Sua bandeira é seu instrumento de trabalho e não foi feito para brincadeiras… nada de bandeiradas e cutucadas.
- É possível que os materiais sejam reutilizados, portanto não risque ou escreva seu nome. Da mesma forma, não cole adesivos, não fure com broches nem pendure chaveiros.
- Em todos os momentos, procure mostrar-se em postura ereta, falando de forma clara e passando os recados para que todos possam escutar.
- Use sempre um vocabulário apropriado, sem gírias ou frases de duplo sentido.
- Mantenha uma atitude aberta e acolhedora, seus passageiros devem sentir que você é acessível e que podem contar contigo.
- SORRIA, SEMPRE!
Quer saber mais sobre a rotina de trabalho dos guias em Orlando? Fique de olho aqui no VPO!
Até a próxima,
Luciana Ribeiro
Change Treinamento em Turismo