Se você já sonhou em ter seu nome gravado no horizonte mais famoso do mundo, agora é sua chance. O lendário Chrysler Building, símbolo da elegância Art Déco e da Nova York dos anos 1930, está novamente à venda. Após uma disputa judicial que resultou em uma ordem de despejo de US$ 21 milhões, o prédio volta ao mercado — água marrom nas torneiras, rachaduras no teto e todo o charme histórico incluídos.
Um marco da arquitetura e da cultura nova-iorquina
Construído em 1930 por encomenda do magnata da indústria automobilística Walter P. Chrysler, o edifício foi idealizado como um “monumento pessoal”. Com 77 andares e 319 metros de altura, o Chrysler Building já foi o prédio mais alto do mundo — por alguns meses — e até hoje é uma das construções mais fotografadas de Manhattan.
Sua silhueta pontiaguda, os ornamentos em aço inoxidável e o saguão revestido em mármore marroquino vermelho fizeram dele um ícone cultural, aparecendo em filmes e séries como Sex and the City e Homens de Preto 3. Localizado em Midtown Manhattan, o prédio atrai diariamente turistas curiosos, que muitas vezes tentam driblar os seguranças para espiar os detalhes internos.
Quanto custa comprar o Chrysler Building?
Apesar de o preço atual não ter sido revelado, a última venda em 2019 foi concluída por apenas US$ 151 milhões — uma queda brusca em relação aos US$ 800 milhões pagos em 2008. Para quem deseja adquirir o edifício, é bom lembrar que ainda há um compromisso de pagar US$ 32 milhões anuais em aluguel do terreno, valor que aumentará para US$ 41 milhões até 2028, já que o solo pertence à universidade Cooper Union.
A comercialização do imóvel está sendo conduzida pela empresa Savills, que promete “uma oportunidade de reimaginar a joia da coroa do skyline nova-iorquino”. O edifício está, tecnicamente, 100% alugado, mas enfrenta sérios desafios estruturais como elevadores antigos, infiltrações, pragas urbanas e água imprópria para consumo.
Um ícone que precisa de renovação
A verdade é que o Chrysler Building vive uma espécie de dualidade: por fora, continua deslumbrante; por dentro, precisa de um bom investimento. Uma das inquilinas chegou a relatar que sua empresa optou por comprar galões de água no atacado, pois a água dos bebedouros saía “completamente marrom”.
Ainda assim, o potencial é imenso. Com aluguéis variando entre US$ 65 e US$ 79 por pé quadrado — valor significativamente menor que edifícios vizinhos como o One Vanderbilt —, o prédio pode ser uma pechincha para investidores com visão de futuro. Como definiu a corretora Ruth Colp-Haber: “É uma história de dois edifícios. Um é um ícone. O outro precisa de uma boa reforma.”
Conclusão
Se você tiver algumas centenas de milhões de dólares sobrando, uma boa dose de criatividade e disposição para enfrentar reformas e contratos milionários, o Chrysler Building pode ser o investimento dos seus sonhos — com direito a vista para o Empire State e, quem sabe, um ou dois ratos no caminho. Mas ei, nada que uma dedetização não resolva.
Fonte: Time Out New York
