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Já faz quase 2 meses que não apareço por aqui, como o tempo passa rápido! Engatei uma viagem na outra e claro, logo logo embarco novamente para a temporada de julho. Ao longo desse meu tempo ausente aqui no VPO tive uma experiência de viagem muito diferente, e vou contar a vocês como foi.

Essa viagem rolou meio inesperadamente, fui convidada com poucos dias de antecedência e embarquei sozinha com cerca de 80 passageiros. Era para ser um fly and drive* que foi crescendo, crescendo e de repente virou um grupão… aí entrei eu, aos 45 do segundo tempo para acompanhar esses passageiros. Conheci pessoas incríveis e famílias lindas que eu vou guardar para sempre no coração e usar de exemplo para quando tiver meus próprios filhos.



Dica número um deste artigo: se você quer viajar bastante como guia, esteja preparado, sempre. Passaporte em dia, visto válido, habilitação e o que mais for preciso. Pode ser que te chamem poucos dias antes e você perca a oportunidade de viajar por não ter tempo de atualizar seus documentos.

No roteiro tínhamos Magic Kingdom, Universal Studios, Islands of Adventure e mais alguns tours de compras, com os dois últimos dias livres. Ficamos apenas uma semana e nos hospedamos na Disney, o que foi um plus já que o complexo oferece muitas atividades de lazer. Como estava sozinha, tive ajuda de uma guia local nos parques – ela me encontrava no hotel ou no próprio parque e seguia conosco até o final das atividades do grupo, se despedindo ao embarcar o último passageiro no ônibus e ter a certeza de que todos estavam comigo.

Dica número dois deste artigo: ter ajuda é sempre muito bom, e se você tiver a oportunidade de planejar alguns detalhes com seu guia local, melhor ainda! Se a ideia é que este guia seja seu braço direito nos parques em Orlando, discuta com ele antes como você costuma conduzir o grupo, combine qual será o traje mais adequado para ele, leve uma bandeira extra, certifique-se de que vocês estão conectados com números de telefones, whatsapp, facetime, etc… tudo isso pode facilitar muito a sua vida, acredite!

De todos os grupos que já conduzi, este foi um dos mais inusitados. Não havia menores desacompanhados, apenas famílias e casais, e com isso muitos acabaram alugando carros para o final do roteiro… resultado: fiquei à disposição e buscando meios de atender a quem ficou “desgarrado” nos últimos dois dias. Acabei virando motorista, personal shopper, telefonista e mais um monte de coisas! Me desdobrei para atender a todos, voltei certa do meu dever cumprido e mesmo assim ainda me senti em dívida – queria ter feito mais, ter ajudado mais não só os que me procuraram mas ao grupo como um todo. Aí percebi o seguinte: nem todo mundo entende a função do guia.

Dica número três deste artigo: ao se apresentar para o grupo, explique qual será a sua função, deixe claro o que você pode e não pode fazer. Notei que alguns passageiros deixavam de me procurar por não saberem que eu podia ajudar, alguns inclusive não tinham entendido que eu estava ali no mesmo hotel, e teve até quem me perguntou se eu morava em Orlando, apesar de eu ter voado com o grupo e ter liderado os procedimentos no aeroporto desde o embarque no Brasil. Ao mesmo tempo, teve quem achou que eu daria assistência “exclusiva” e se incomodou quando parei para atender o restante do grupo.

Eu, que estava habituada com roteiros detalhados e programação completa, aprendi MUITO com essa viagem. Deu pra notar que nem todo guia está preparado para grupos mais livres como este, mas estou certa de que passei no teste.

Ah! Já ia me esquecendo da dica número quatro: tenha SEMPRE algum alimento em seu quarto. Frutas, barrinhas de cereal, pão e frios, vale até cupnoodles, não importa. Em nosso primeiro dia haviamos programado uma ida ao Wal Mart, onde eu compraria algumas comidinhas para deixar no quarto. Contudo, o responsável pelo roteiro acabou abortando essa passagem pelo supermercado e muita gente fez isso por conta, de carro, de táxi, de carona. Eu, que fiquei no hotel dando assistência ao pessoal, não tive tempo de ir até lá e acabei contando só com os alimentos da praça de alimentação. Ok! A Disney até oferece algumas boas opções de café e jantar e fui me virando assim, até que numa determinada noite tudo aconteceu: chave que não abria, acionamento de seguro e mais um monte de coisas para resolver. Quando finalmente cheguei ao meu quarto já era mais de meia-noite – o restaurante do hotel já estava fechado e a entrega de pizzas já havia sido encerrada. De tanto cansaço, não tinha ânimo nenhum para sair em busca do meu jantar e acabei dormindo com fome. Se ao menos eu tivesse guardado aquele cookie de sobremesa do Hard Rock Cafe… rs!

Então é isso. Contei aqui um pouquinho da minha última experiência com o objetivo de mostrar que a rotina de guia em Orlando não é tão fácil. Não é só brincar nos parques e fazer compras, como muita gente pensa. Não é só tirar fotos com o Mickey e fazer selfies no castelo. É mais que isso. É sem dúvida alguma uma realização, um trabalho apaixonante, mas é preciso força para aguentar o pique e encarar o cansaço sem perder o bom humor.

Quer saber mais? Fica de olho aqui no VPO!

Até a próxima,
Luciana Ribeiro
Change Treinamento em Turismo

*Fly and Drive: quando o passageiro viaja por conta própria, sem o acompanhamento de um guia ou sem necessariamente aderir a um grupo em excursão, sendo ele mesmo o motorista e responsável pelo roteiro. Nesta modalidade de viagem, o passageiro compra os serviços básicos: passagens aéreas, locação de carro, hospedagem, ingressos e seguro, e essa compra pode tanto acontecer com um único agente de viagem, ou com fornecedores separados.

 

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